domingo, 19 de dezembro de 2010

Breve comentário sobre o pensamento de Santo Agostinho

Aurélio Agostinho, historicamente conhecido como Santo Agostinho, bispo de Hipona, viveu como cidadão comum, onde sucumbiu aos prazeres da carne, até a sua conversão em setembro do ano 386.  A partir desta data, após um período de retiro, vendeu os seus bens, distribuiu aos pobres e viveu para se dedicar aos  estudos das Sagradas Escrituras, a Teologia Revelada e à redação de suas obras. No ano de 391 foi ordenado Padre e no ano de 395 foi consagrado Bispo. Governou a Igreja de Hipona até a sua morte no ano de 430, durante o assalto da cidade pelos vândalos.
Santo Agostinho inspira-se na filosofia de Platão, no neoplatonismo. Todo seu interesse central esta circunscrito aos problemas de Deus e da Alma. Embora desvalorizado platonicamente o conhecimento sensível em relação ao conhecimento intelectual, Agostinho admite que os sentidos, como o intelecto, são fontes de conhecimento. E como para a visão sensível além do olho e da coisa é necessária a luz física, do mesmo modo, para o conhecimento intelectual seria necessária a luz espiritual. E esta vem de Deus, é a Verdade de Deus, o Verbo de Deus, para o qual são transferidas as idéias platônicas.



Agostinho viveu numa época de transição, de crise. Este período foi marcado pelas lutas, invasões e pela barbárie. Durante o período patrístico, o pensamento do bispo de Hipona foi uma resposta a necessidade de organização de uma nova sociedade. O Cristianismo, nessa nova sociedade, exerceu a função de aglutinação e de harmonização entre a razão e a fé. Ele foi o fundamento que, através de uma moral rigorosa, potencializou o controle racional das paixões num mundo em que reinava a barbárie.
As obras de Agostinho que apresentam interesse filosófico são, sobretudo, os diálogos filosóficos: Contra os acadêmicos, Da vida beata, Os solilóquios, Sobre a imortalidade da alma, Sobre a quantidade da alma, Sobre o mestre, Sobre a música . Interessam também à filosofia os escritos contra os maniqueus: Sobre os costumes, Do livre arbítrio, Sobre as duas almas, Da natureza do bem .
Dada, porém, a mentalidade agostiniana, em que a filosofia e a teologia andam juntas, compreende-se que interessam à filosofia também as obras teológicas e religiosas, especialmente: Da Verdadeira Religião, As Confissões, A Cidade de Deus, Da Trindade, Da Mentira.
Agostinho trata do problema da história na Cidade de Deus , e resolve-o ainda com os conceitos de criação, de pecado original e de Redenção. A Cidade de Deus representa, talvez, o maior monumento da antigüidade cristã e, certamente, a obra prima de Agostinho. Nesta obra é contida a metafísica original do cristianismo, que é uma visão orgânica e inteligível da história humana.
Referência:     O pensamento de Santo Agostinho – Paulo Edyr Camargo
                        Internet: http://www.mundodosfilosofos.com.br/

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