domingo, 19 de dezembro de 2010

Penso, logo desisto!

Desistir. Este é o primeiro pensamento que veio a mente após conversar e verificar a atual situação dos professores (colegas de classe na faculdade) tanto quanto a valorização quanto a remuneração. Afinal, quais as vantagens de ser professor hoje em dia? E porque a docência não atrai?

Sabemos que o professor é figura essencial para a formação da sociedade, é um trabalho importante e de muita responsabilidade. Porém parece não ser essa a visão da nossa cultura social atualmente. A maioria dos alunos não quer seguir a carreira docente. De acordo com a pesquisa da Fundação Victor Civita (FVC) e da Fundação Carlos Chagas (FCC), apenas 2% dos estudantes do terceiro ano apontaram a Pedagogia ou algum tipo de Licenciatura como primeira opção de carreira. A mesma pesquisa tenta investigar as razões da carreira docente exercer tão baixa atratividade aos estudantes:
  • Baixa remuneração
  • Falta de identificação profissional ou pessoal
  • Desinteresse e desrespeito dos alunos
  • Desvalorização social da profissão
  • Más condições de trabalho
  • Outros fatores

Diante deste quadro e da realidade que pude apurar entre minhas colegas de classe, a profissão de professor é tida quase como um sacerdócio, sendo o primordial, amar o que faz. Porém discordo um pouco que este seja hoje em dia o principal fator que leva os estudantes a prestar vestibular para Pedagogia, por exemplo. Eu acredito que grande parte procura um vestibular, que de acordo com estatísticas recentes, é pouco concorrido, uma faculdade não muito difícil, onde não são exigidas questões técnicas complicadas. Ou até mesmo pensam na pedagogia como um início, uma ponte para galgar outras profissões, através de uma pós-graduação, como é o caso de gestão escolar, especialização na área de recursos humanos ou pedagogia empresarial, que aos olhos de alguns estudantes, é mais bem remunerado que a docência.

Outros fatores pesam na hora de decidir por atuar em sala de aula, a questão da violência, da necessidade constante de estudo e atualizações e da carga extra de trabalho, com atividades, como correção de exercícios, elaboração de planos de aula e provas, que extrapolam o horário letivo, também desanimam quem pensa em seguir carreira como professor.

“A triste realidade é que a docência se transformou em uma opção por descarte. Se um amigo ou filho nos diz ‘quero ser professor’, nós mesmos muitas vezes respondemos, com a mão no coração: ‘pense em outra coisa’”; disse Denise Vaillant, coordenadora do Programa de desenvolvimento do Profissional Docente da América Latina e Caribe (Preal).
Diante destes fatos, fica o meu questionamento: ainda vale a pena ser professor? O que te leva a continuar numa sala de aula? Quais as soluções para melhorar este quadro?

Agradeço a colaboração de vocês, e deixo meus comentários para o próximo post.

Sheila Pfeiffer

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